Até a Idade Média, a escrita cotidiana usava materiais flexíveis, como o papiro (Egito), tecidos ou couro de animais (de bezerros, chamados de pergaminho por ter origem na cidade de Pérgamo - na Itália e na época, corte de um dos estados helênicos decorrentes do desmembramento do império Romano pós Alexandre Magno). Depois de secos, raspados e branqueados eram dobrados em quatro partes e recortados, os quaternos ou caternos, origem do nome da "juntada" de folhas que usamos ainda hoje, o caderno. Em artes gráficas caderno se refere ao conjunto de 4 páginas. Um "caderno" é sempre um conjunto múltiplo de 4. A origem do papel feito da polpa de árvore, ervas, trapos de tecido, redes de pescar e cal (para ajudar a desfibrar a pasta de celulose) e seco sob um fina forma de madeira recoberta de seda, foi a China. Atribui-se ao conselheiro T'sai Lun, da corte do imperador Chien-ch'u, em 105 d.C. a invenção, que deveria permanecer secreta, mas que foi levada por monges budistas para o Japão e Coréia. Outras fontes atribuem a invenção ao general Mong Tien, em 210 a.C.. No século VIII, prisioneiros chineses capturados pelos árabes na batalha de Samarkand (região central do Uzbequistão, na época parte da China), ensinaram-lhes a fabricação do papel, que através do domínio do sul da Europa pelos mouros, chegou a península ibérica, no sul da Espanha, em cidades como Toledo e Valência. No século X (1102) durante a ocupação árabe da Sicília, a Itália passou a produzir papel. Em 1298, Marco Polo, de regresso da China, reportava ter assistido a impressão de papel-moeda nas gráficas do imperador. O papel nesse período ainda era considerado frágil, rude e feio. Até o século XV o pergaminho era predominante. No século XV, na cidade de Fabriano (Itália), fabrica-se então um dos melhores papéis existentes, de mesmo nome, e fabricado até hoje. Na Alemanha, desde 27 fevereiro de 1584, fabrica-se um papel de alta qualidade, fabricante que a partir de 1886 passa a ter o nome de Hahnemühle. Hoje os melhores papéis artísticos e para impressão de fotografia digital com qualidade museográfica são fabricados por essa indústria. Na cidade de Capellades, na Catalunha, Espanha, uma das principais atrações turísticas é um moinho movido à roda d¿água, onde se fabrica papel como no século XVIII. A primeira fábrica legal de papel no Brasil data de 1809/1810, no Rio de Janeiro, no bairro do Andaraí, de propriedade de Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. O Brasil é, hoje, o maior produto de "celulose verde" do mundo e o maior exportador da matéria-prima do papel. Em compensação não produz papel em quantidade suficiente para o consumo interno, tendo de importá-lo. O papel importado para imprensa não paga impostos.
Papel se especifica pelo peso. A gramatura corresponde ao peso da folha por metro quadrado, que decorre da quantidade de celulose, gesso, aglutinantes etc. e independe da espessura da folha. Essa decorre da prensagem e calandragem do papel. Calandras são grandes cilindros de metal cromado e aquecido por onde o papel passa durante a fabricação e isso vai determinar sua lisura e porosidade. O papel, normalmente é fabricado em bobinas e pode ser vendido nesse formato ou em folhas em tamanhos específicos (AA, BB, Série A - ou DIN ou ISO - etc.). Por ser formado por fibras de celulose, normalmente em uma direção, que é a do lado maior, o papel rasga com mais facilidade nesse sentido do que contra a fibra. O papel usado em revistas (LWC - low wasted coated, papel com boa cobertura, levemente brilhante e de baixo peso) tem fibras em todas as direções da folha, o que o torna mais resistente e permite que seja fabricado com menos polpa, portanto mais fino. O papel Kraft também tem fibras em múltiplas direções, mas por não ser branqueado, não tem uso comum em publicações. As gramaturas mais comuns estão entre 75 g/m2, 90 g/m2 e 120g/m2. Quanto maior a gramatura, menos transparente será o papel. Quando se trata de um livro de muitas páginas, um dicionário, por exemplo, pode-se usar um papel mais fino, mas de boa resistência, o papel bíblia, que tem aproximadamente 50 g/m2 e, como já diz o nome, surgiu para impressão da Bíblia. Os papéis mais "nobres" tem mais gesso e gomas na sua composição sendo menos permeáveis à tinta de impressão. Nesse caso estão os couchê ou cuchê. Podem ser brilho ou matte (fosco). Há o film coat, que tem uma película superficial que produz acabamento brilhoso, mas de custo menor que o cuchê. Os papéis brancos comuns são o off-setM, alta alvura, bufon e apergaminhado, nomenclaturas para tipos de papel muito semelhantes. Há ainda os da linha Pólen (soft e bold), da Cia. Suzano e o Chamois (fine e bulk), da Ripasa. São papéis de tons areia e acabamento do muito liso ao muito áspero. São também chamados off-withe. Supõe-se que sejam melhores para leitura, pois não refletem tanto a luminosidade quanto os papéis brancos.
Há ainda o principal papel usado pela indústria de embalagens, o cartão duplex e o cartão triplex (com acabamento branco liso apenas de um dos lados) e para capas de livros, o cartão branco (com acabamento branco liso de um dos lados e branco áspero do outro), em gramaturas que vão do 180g/m2 ao 600 g/m2. Há o Duo Design, da Cia. Suzano, que permite boa impressão em ambos os lados lisos, ou seja frente-e-verso. Há também o Reciclato, marca da Suzano para um papel reciclado, que tem fibras visíveis, de tom escuro em um papel de cor marrom bem claro. A Filiperson (www.filiperson.com.br) também fabrica papéis reciclados, com variados nomes fantasia, texturas e colorações diversas. Há outros fabricantes de papéis e também importadores que tem, além das linhas convencionais, papéis especiais que podem acrescentar diferencial ao produto gráfico. Existem também os papéis vergé, Ingres e papéis com texturas superficiais diversas, em gramaturas variadas. Para conhecer melhor os diversos tipos de papel, solicite mostruários aos fabricantes e revendedores.