Fontes/letras/formas



Existem milhares de fontes, não? Muitas, muito parecidas, com pequenas e sutis diferenças entre si. Como escolher? Quais escolher? Em que situações?





Fontes com serifa são ótimas para texto de leitura. Livros, revistas, jornais, folders. São muito boas para títulos também. Especialmente quando queremos transmitir elegância, formalidade, sobriedade, seriedade... já deu para entender pelas qualidades?

Fontes sem serifa podem ser isso tudo também, mas são mais informais, dinâmicas, modernas. Em revistas de design, moda, decoração e arquitetura são as preferidas. Misturar uma com e uma sem serifa pode dar muito certo. Em livros, os técnicos e didáticos, também usam as sem serifa com sucesso. Em jornais é menos comum. Normalmente a preferência é por títulos sem serifa e texto com serifa. Em telas (tv, computadores, web e cinema), prefira as sem serifa. Helvética, Arial rounded e VGA rounded são opções pelo seu desenho regular, uniforme e bem acabado (as 2 últimas tem extremidades arredondadas) são muito legíveis inclusive em formatos muito pequenos.

As fantasia... essas são mais complicadas. Primeiro pela grande variedade e diversidade. Em publicações para públicos específicos, com pouco hábito de leitura e baixa concentração, é comum encontrarmos uso exagerado de fontes fantasia e manuscritas. Revistas para adolescentes usam desse recurso e combinação de cores berrantes para tentar competir com a profusão de estímulos e a "cultura visual" ainda em formação. Em todo caso fontes fantasia não são adequadas a textos de leitura contínua. Manuscritas também, produzem cansaço visual muito rapidamente e são de leitura mais lenta.


Bom, escolhas tipográficas podem funcionar bem ou atrapalhar um publicação, mas não existem fórmulas mágicas, apenas escolhas mais seguras - aquilo que já foi testado e deu certo, por exemplo.

-Segundo Beatrice Warde, historiadora da arte, a "boa tipografia" é como a taça de cristal, que contém o vinho, é invisível, não interfere, apenas contém.
-Stanley Morrison, responsável pela equie que criou a Times, para o jornal The Times, de Londres, em 1932, também era extremamente conservador sobre tipografia (a Times é uma mistura de desenhos das romanas, humanistas e geométricas, chamada transicional, que ao meu ver gera páginas pesadas, de mancha escura).

Por outro lado
- Zuzana Licko e Rudi Vandelaas, que criaram nos anos 1980, na Califórnia, a tipografia Emigre partem do princípio que leiturabilidade é hábito e costume. Algo que no início parece difícil e confuso, com o tempo se torna conhecido e, portanto, legível. Vale a pena conhecer o catálogo de belas fontes deles.

Experiências no limite da leitura se tornaram comuns no final do século XX - deformação e quebra das formas das letras, desalinhamento da altura das colunas de testo, abolição do espaço entre as colunas, inclusive com sobreposição de partes do texto na entrelinha das colunas ao lado - , criadas principalmente por um surfista e cientista social californiano, chamado David Carson, contratado inclusive para refazer a diagramação da revista TRIP. Após uma queda veriginosa nas vendas, a TRIP optou por um projeto mais convencional, limpo e sóbrio, ao menos no texto de leitura.



Existem milhares de fontes gratuitas na internet. Sites como o Fontes Grátis (www.fontesgratis.com.br) e o Dafont (www.dafont.com) são exemplos de onde encontrar tipografias.
Deve-se tomar cuidado apenas com fontes que não tenham acentuação ou que tenham diferença muito grande entre pesos (negrito muito mais grosso que o médio) ou não tenham itálicos reais, apenas as feias inclinadas eletrônicamente.