Tipografia (originada do grego typos - "forma" - e graphein - "escrita") é o processo de composição de textos, a partir da escolha de determinadas fontes tipográficas, por suas características formais, pelo seu desenho. Um dos objetivos da tipografia é dar ordem estrutural à comunicação impressa, mas há também a comunicação não-verbal, não-textual, que se dá através das características formais das fontes (Com serifas (extensões nas extremidades do desenho das letras, originárias de sua gravação em pedra e metal) - as romanas humanistas, as romanas transicionais e as romanas geométricas. As sem serifas - as geométricas e as humanistas. As script, ou manuscritas, que tentam imitar a caligrafia humana. As fantasia, que misturam forma com formais ilustrativas.
Tipografia também é nome de um processo de impressão, "criado" por Johannes Gutenberg, em Mainz, na Alemanha, em 1447 e hoje quase extinto, que usa os tipos móveis, onde cada letra, número e sinal é uma peça com o desenho da letra em alto relevo, moldada em uma liga de chumbo, estanho e antimônio.
Como escolher?
O processo de leitura não é linear. Os olhos percorrem a linha, identificando trechos das palavras, pulando trechos, retornando. O movimento dos olhos é descontínuo. O cérebro é quem organiza a leitura. Nesse processo sutil, a forma, o desenho das letras, interfere no reconhecimento da informação, ao longo do tempo de leitura. A aparência total da página também influi no processo de leitura, onde desenhos mais leves ou mais pesados podem manter a atenção do leitor ou dispersá-lo. Tamanho (corpo) da fonte e espaço entre letras e entre linhas também influem na velocidade da leitura e nos níveis de cansaço visual.
Dois aspectos são fundamentais na escolha do tipo a ser usado na publicação.
-A legibilidade decorre do tempo de identificação dos caracteres individualmente. Essa identificação está ligada a forma e a familiaridade que tenhamos com determinado tipo. Melhor identificamos aquilo que mais conhecemos.
-A leiturabilidade decorre das características do conjunto, da leitura das sílabas (não lemos letras individualmente, mas seu agrupamento), da forma como os tipos se aproximam, se afastam, se encaixam.
Existem dezenas de excelentes fontes com serifa e sem serifa, conjuntos completos de caracteres (inclusive os acentuados), números, símbolos e ornamentos, bem como tabelas internas de espaçamento entreletras (kernig). Algumas delas são desenhos existentes a mais de 500 anos. Algumas mais recentes, com menos de 50 anos. Muitas se diferenciam por pequenos detalhes de sua "anatomia" (sim, fontes tem "anatomia"!!!), que podem parecer insignificantes na hora de escolher. Provavelmente serão mesmo e a opção será feita por gosto, por vontade de usar uma determinada família de tipos. Essa não é uma questão tão fundamental. O que importa é adequar a escolha ao tipo de texto, sua função, seu significado e o tipo de publicação e ao publico a quem se dirije.
Uma das características da composição tipográfica é o corpo (tamanho) da fonte. Usualmente, fontes com serifa são usadas em corpos entre 10 e 12 pontos. Em fontes sem serifa, corpos entre 9 e 11 pontos. O ponto gráfico é a menor medida em artes gráficas e corresponde a aproximadamente 0,351 mm (uma polegada dividida por 72). O desenho da famíla escolhida, pode, em um mesmo corpo parecer maior ou menor, dependendo do tamanho do "olho" (o miolo do desenho da letra) em relação ao tamanho das serifas, quando as há, e ao tamanho das hastes e traves, as linhas verticais e horizontais do desenho da fonte. Outra característica a ser observada é o espaço entre as linhas. Automaticamente o computador atribui, a entrelinha, 20% a mais do que o corpo da fonte. Por exemplo, em corpo 12, entrelinha 14,4. Esse tamanho pode ser aumentado ou diminuído dependendo do altura da mancha (chama-se "mancha gráfica" a área impressa da página) e da "leveza" que se queira atribuir à página, pois ao abrir a entrelinha teremos páginas menos escuras, de tom "cinza" mais leve. Novamente o tipo de publicação e público determinam nossas escolhas. Mas, para tudo, há limites. Não se deve abrir ou apertar demais a entrelinha, assim como os espaços entre letras, para não tornar a leitura difícil, seja pela proximidade excessiva, seja por afastamento. O mesmo ocorre em linhas com mais de 72 caracteres e espaços e linhas com menos de 22 caracteres e espaços (normalmente páinas com mais de uam coluna). Depois de algum tempo, começa-se a "perder" a continuidade da leitura entre o final de uma linha e o início de outra, por cansaço visual.